ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 07-02-2008.
Aos sete dias do mês de fevereiro do ano de dois mil
e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Carlos Todeschini,
Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, João
Antonio Dib, Margarete Moraes, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos,
Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Dr.
Goulart, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maristela
Meneghetti, Mauro Zacher, Newton Braga Rosa e Professor Garcia. À MESA, foram
encaminhados: pelo Vereador Dr. Goulart, o Projeto de Lei do Legislativo nº
009/08 (Processo nº 0362/08); pelo Vereador Ervino Besson, juntamente com o
Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos
315, 316 e 317/07 (Processos nos 9529, 9530 e 9531/07,
respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 008/08 (Processo nº 0359/08); pela Vereadora Neuza Canabarro, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 247/07 (Processo nº 7898/07). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios,
do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nos 092 e 093/08,
encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos
006 e 005/08 (Processos nos 501 e 500/08, respectivamente); e de nº
099/08, encaminhando Veto Total do Projeto de Lei do Legislativo nº 186/07
(Processo nº 6322/07). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos
855, 916, 1194, 1961 e 2761/07, 104532, 104556, 108132, 109643, 110384 e
110534/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em GRANDE
EXPEDIENTE, a Vereadora Maristela Maffei aplaudiu posicionamento do Presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, favorável à instauração de Comissão Parlamentar de
Inquérito para averiguar denúncias de irregularidades no uso de cartões de
crédito corporativos por integrantes do Governo Federal. Ainda, analisou os
papéis desempenhados por Sepé Tiaraju e Getúlio Vargas como líderes na luta por
uma sociedade que garanta dignidade e melhores condições de vida aos cidadãos.
O Vereador Adeli Sell propôs a realização, pela Comissão de Defesa do
Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Pública, de reunião para discussão de
problemas enfrentados pelos usuários de serviços de telefonia móvel e fixa em
Porto Alegre. Quanto ao assunto, declarou que contratos nessa área não vêm
sendo mantidos ou são cumpridos apenas parcialmente, bem como atentou para
perdas de tributos decorrentes da falta de emissão de notas fiscais por
empresas que atuam nesse setor. A seguir, constatada a existência de quórum
deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador João Carlos
Nedel, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares do dia onze
ao dia quatorze de fevereiro do corrente. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói
Guimarães externou sua preocupação com decisões anunciadas pelo Presidente da Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Deputado Alceu Moreira, como a
retirada de galpão crioulo e do Espaço do Vereador das dependências daquele
Palácio. Ainda, manifestou sua contrariedade com a criação de um Conselho
Consultivo, questionando a real necessidade desse órgão e as funções a serem
desempenhadas por ele. Após, o Senhor Presidente cumprimentou o Vereador
Professor Garcia, pela sua indicação à liderança da base aliada ao Governo
Municipal neste Legislativo. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Professor Garcia
expressou sua satisfação por ter sido convidado para exercer as funções de
Líder do Governo na Câmara Municipal de Porto Alegre, agradecendo a confiança
depositada pelo Prefeito José Fogaça nessa indicação e afirmando que pautará sua
atuação pelo respeito à pluralidade de idéias existentes nesta Casa e pela
busca de soluções para que os Projetos encaminhados pelo Executivo tramitem de
forma harmônica. A Vereadora Sofia Cavedon discorreu sobre notícias divulgadas
pela imprensa, de redução de turmas de Educação Infantil e aumento do número de
alunos por salas de aula na Cidade. Também, informou que a Comissão de
Educação, Cultura, Esporte e Juventude realizará reunião, na próxima
terça-feira, com delegados, representantes e conselheiros eleitos do Conselho
Municipal de Cultura, para debater a instalação desse órgão e problemas
observados na área cultural em Porto Alegre. O Vereador João Antonio Dib
comentou a aprovação, por este Legislativo, do Projeto de Resolução nº 086/07,
que alterou normas constantes no Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Nesse sentido, avaliou modificações efetuadas por essa legislação no referente
ao período de Pauta, enfocando a importância da discussão preliminar dos
Projetos e manifestando-se favorável a uma nova alteração regimental, com o
retorno do período de Pauta para a fase inicial da Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, a Vereadora Margarete Moraes parabenizou o Vereador Professor Garcia
pela sua indicação à liderança da base do Governo Municipal nesta Casa. Ainda,
analisou a execução orçamentária da Prefeitura no ano passado, afirmando que
recursos previstos não foram aplicados em sua totalidade e cobrando melhorias
nas áreas de iluminação pública e cultura. Finalizando, elogiou a organização,
pela Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer, da Escola de Samba
Esporte Dá Samba. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram os
Projetos de Lei do Legislativo nos 115 e 296/07, discutidos pelos
Vereadores Sofia Cavedon, João Antonio Dib e Maria Celeste, e 297/07, discutido
pelos Vereadores Sofia Cavedon, Carlos Todeschini, João Antonio Dib e Maria
Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu Brasinha elogiou a
continuidade, pelo Governo Estadual, das obras de ampliação da Avenida Baltazar
de Oliveira Garcia, salientando as dificuldades que foram impostas a
comerciantes da região pela paralisação desse empreendimento durante o Governo
anterior. Além disso, comentou os desfiles e o resultado da edição deste ano do
Carnaval de Porto Alegre, congratulando a Escola de Samba Império da Zona Norte
pela conquista do Título de Campeã do Carnaval. O Vereador José Ismael Heinen,
em face das notícias de corrupção envolvendo funcionários do Departamento
Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul, asseverou que o Democratas não ocupa
cargos nesse órgão. Também, referiu-se ao desmatamento constatado na Amazônia
durante o ano de dois mil e sete e rechaçou a utilização irregular de cartões
de crédito corporativos por integrantes do Governo Federal, enfatizando a
necessidade de observância dos preceitos éticos por ocupantes de cargos
públicos. O Vereador Newton Braga Rosa traçou um histórico de sua atividade
como Parlamentar deste Legislativo, registrando sua satisfação em ter proposto
alterações na legislação municipal que, segundo Sua Excelência, trouxeram
benefícios à população. Nesse sentido, ressaltou mudanças tributárias relativas
a propriedades rurais e serviços de engenharia e consultoria, modificações nos
critérios de seleção de Conselheiros Tutelares e iniciativas que propiciaram o
desenvolvimento da área de tecnologia da informação. O Vereador Luiz Braz,
historiando a vinda da Família Real para o Brasil, no ano de mil oitocentos e
oito, traçou um comparativo entre os motivos que levaram os portugueses a
colonizar o País e alguns problemas que hoje são verificados na política
brasileira. Nesse sentido, analisou o uso do cartão corporativo por membros do
Governo Federal, defendendo a formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito
para investigar abusos cometidos nos gastos com esses cartões. A Vereadora
Maristela Maffei contestou a comparação feita pelo Vereador Luiz Braz, acerca
dos vícios que teriam se espalhado pela política brasileira desde os tempos da
vinda da Família Real para o País, debatendo a importância da conquista da
democracia pela sociedade brasileira e justificando que a ocorrência de
irregularidades verificadas nos Governos não pode ser analisada de uma maneira
simplista e deve ser combatida com isenção e rigor. Às dezesseis horas e quinze
minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, a
Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Sebastião Melo e pela Vereadora
Clênia Maranhão e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino
Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Passamos ao
A Verª Maristela Maffei está com a palavra em
Grande Expediente.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores
e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, vários temas estão sendo
debatidos e enfrentados, tanto em âmbito estadual como em âmbito federal.
Hoje, finalmente, nós ouvimos a questão da
instalação da CPI, vergonhosa, do DETRAN, que nos deixa triste, pelo atraso,
pela enrolação organizada pela base de sustentação do Governo Yeda/Feijó, mas
eles, agora, se articulam, para que isso aconteça. Isso faz bem à saúde!
Por outro lado, Ver. Todeschini, ficamos muito felizes – e não poderia ser diferente – com a atitude do nosso Governo Federal, do Presidente Lula, tomando a iniciativa de trazer à população uma versão que foi largamente, e está sendo ainda, noticiada por uma imprensa marrom, sensacionalista, quase chegando à beira do golpismo, de uma irresponsabilidade ímpar - isso não tira qualquer possibilidade de eu achar que as questões públicas não devam ser zeladas da melhor forma possível: a questão dos “cartões”, uma questão instituída ainda no Governo Fernando Henrique, sobre o que agora nós seremos agraciados, Verª Margarete Morais, com uma CPI pedida pelo nosso Governo. Vamos ver se aqueles que propuseram uma CPI realmente são tão leais e justos com a Nação brasileira quanto pareceram ser. Por isso que a atitude do Governo Federal tem o nosso aplauso, age na hora correta, e tem que agir mesmo, inclusive, na nossa opinião, tem de tomar a iniciativa e olhar o todo, porque senão nos parece muito mais, Ver. João Dib, algo de demagogia, de questões eleitorais ou propriamente de golpismo. Então, com certeza, em especial o Democratas e também o PSDB vão assinar junto a solicitação da CPI, vão estar junto para averiguar os seus com a mesma responsabilidade, quando Governo Federal, durante oito anos.
Aquele Governo, com certeza a população brasileira
lembra, que vendeu a alma do Brasil, a Vale do Rio Doce, hoje na mão da
iniciativa privada... Aliás, na Vale do Rio Doce, não havia nada a sanear. Ela
estava pronta, pujante, rica, era a alma deste País! Hoje, quando vamos
adquirir qualquer coisa que diga respeito à Vale, sentimos no nosso bolso o que
significam os preços e o próprio reflexo na Economia interna e externa.
Mas ainda bem. Quando temos austeridade, a
preocupação pelo zelo, também sabemos que foi um detalhe importante. Doeu
muito, ainda dói na alma, mas, com austeridade, apesar de a Vale estar na mão
daqueles que mandam no mundo, o Governo ainda estabelece uma relação política,
econômica e social que dá um equilíbrio para enfrentarmos não apenas a crise
gerada pelo capitalismo, necessária para a sua sobrevivência, que continua com
outra máscara, Ver. Haroldo, mas também a interna, quando não conseguem, na
Economia, desequilibrar pelo desequilíbrio dos monstros internacionais, em
especial os Estados Unidos, tentar desestabilizar na política.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maristela Maffei,
cumprimento-a pelo seu pronunciamento. Nós temos visto, sistematicamente, por
ação da grande imprensa, a abordagem de assuntos que têm que ser tratados, mas
que não merecem todo o destaque que é dado, porque aquilo que deveria
interessar para o Brasil, para os brasileiros, que é o desmonte criminoso do
Estado que foi feito, a entrega do patrimônio nacional, a entrega dos bens,
como muito bem V. Exª fala, da Vale do Rio Doce, em que o minério de ferro é
entregue a dez dólares a tonelada, e do preço, depois de ser entregue a dez
dólares a tonelada, são extraídos 2% de ouro desse minério, gerando talvez um
milhão de reais e sobrando 980kg de minério para a produção de aço e de
produtos nobres. Aí, sim, há um silêncio da grande imprensa, porque ela não
fala desse caso que empobrece os brasileiros, empobreceu todos nós e faz com
que a miséria e as dificuldades, neste País, se perpetuem. Agora, assuntos que
não têm relevância, que deveriam ser tratados como questões de solução, talvez
numa delegacia de polícia, assumem as manchetes, as páginas de jornais, os
noticiários, passam meses e meses falando em assuntos que não dizem,
absolutamente, nenhuma importância ao Brasil. Agora os assuntos relevantes da
soberania nacional são simplesmente, solenemente, esquecidos e deixados de
lado. Por isso é necessário, sim, que a gente discuta aquilo que é relevante
para o Brasil, porque aqui é o Parlamento, nós estamos discutindo no centro, no
palco, onde as decisões são tomadas. E esses assuntos que são relevantes são os
que têm que ser trazidos à tona, porque esses podem tirar o Brasil da
dificuldade, da miséria, e os brasileiros da pobreza; isso, sim, é
significativo, e isso, solenemente é desprezado e desconhecido.
Agradeço pela tolerância, Vereadora, mas é
necessário que se retome, porque senão esse assunto acaba assumindo sempre...
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Absolutamente,
o Ver. Todeschini veio enriquecer e elucidar a fala inicial, inclusive com
dados concretos.
O Sr. Carlos Todeschini: Obrigado,
Vereadora. É isso que nos deixa indignados.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Que bom,
Vereador, ainda bem que a nossa indignação vem e também traz, com certeza, o
eco da população brasileira, que deve ser muito mais por uma grande ciumeira
política do que propriamente, no final, vermos tomada a iniciativa pelo Governo
Federal de fazer a CPI, para ver quem realmente está envolvido. E aí eu quero
ver a posição de todos aqueles que não querem e não têm o amor necessário pela
nossa Pátria. Falando em amor à nossa Pátria, eu quero, nestes minutos ainda
que restam, trazer um assunto importantíssimo, e, tenho certeza, de
reconhecimento de toda a Nação brasileira.
Sempre digo que é necessário ter uma faculdade, mas
que bom que todos pudessem tê-la, para terem acesso à cultura e à história. E,
lembro, aqui, a história de Sepé Tiaraju, que era corregedor da Redução de São
Miguel, durante a Guerra Guaranítica, de 1754 a 1756, iniciada após a
assinatura do Tratado de Madri, em 1750, em que Portugal e Espanha trocavam
entre si os Sete Povos das Missões, sob o domínio espanhol, pela Colônia do
Sacramento, sob domínio lusitano.
O Tratado obrigava os missionários das sete
Reduções Jesuíticas que se encontravam no atual território do Rio Grande do Sul
se deslocassem para a outra margem do rio Uruguai.
Sepé liderou a resistência ao lado de Nicolau
Nenguiru, corregedor da Redução de Santa Maria. E em carta redigida à Coroa da
Espanha, Sepé enfatiza: “Alto lá! Esta terra tem dono!”
Relatos da época dão conta de que o líder Guarani
foi morto por um golpe de lança dado por um português e, depois, por um tiro de
um espanhol.
Três dias depois, liderados por Nenguiru, cerca de
1500 índios com lanças e flechas são trucidados pelos mosquetes e canhões das
tropas coloniais espanholas e portuguesas.
As Missões Jesuíticas dos Sete Povos, somadas a
mais 23 outras que se localizavam na Argentina e no Paraguai, formavam a Região
“de Las Missiones” em Língua Espanhola, que nós por isso chamamos de
Missioneira. Elas constituíam a República dos Guaranis.
Essa República de 30 cidades, cada qual com uma
população entre 5 a 10 mil pessoas, foi erigida pelos guaranis dentro de um
território que a Espanha considerava extensão de seu império na América. Um
autor europeu, Clóvis Lugon, denomina as Missões pelo nome de República
“Comunista” Cristã dos guaranis, pois padre e índios ali implantaram um projeto
de sociedade baseado no princípio: “de cada um de acordo com suas
possibilidades, para cada um de acordo com suas necessidades”.
Tudo entre os índios era comunitário. Não havia
moeda. Funcionava um sistema de trocas de objetos e de serviços.
E um Projeto de Lei proposto por esta Vereadora e
também por acordo desta Câmara, em que nós instituíamos o Prêmio Sepé Tiaraju,
hoje já não existe mais. Mas, Ver. Dib, tudo aquilo que é de bom senso é
discutido e é acertado em conjunto; nós também não vamos sectarizar, mas é bom
lembrar aquilo que a gente faz. E quero dizer que o nosso primeiro Prefeito,
Sepé Tiaraju, foi um verdadeiro socialista que deixou a raiz na terra, com a
luta, com a organização, junto com os missionários, deixou, sim, um exemplo que
hoje está em pauta e em prática, apesar de nós termos a consciência de que não
vai ser de uma hora para outra que o socialismo vai se estabelecer aqui no nosso
País. Isso terá de acontecer num caminho construído com solidez, com
democracia, com transparência, e, acima de tudo, assegurando, com muita força e
muita persistência, que aqueles, hoje, travestidos com outras carapuças não
usem as mesmas adagas e matem de fome milhões e milhões de brasileiros através
da miséria, da informação cruel através da imprensa, para tentar dar um golpe
chamado “branco” naquilo que nós consideramos e lutamos tanto, que é a questão
da democracia, em que a necessidade de cada um está implícita num projeto para
todos.
Esses são os nossos sonhos, e aí não tem como
tirar, Verª Neuza Canabarro, a importância que o estadista Getúlio Vargas teve
na luta deste País, na medida em que implementou, aqui, a questão do
desenvolvimento. E lembremos a homenagem, lá da Vila Isabel, no Rio de Janeiro,
aos trabalhadores, em especial à figura de Getúlio Vargas, pelas leis
trabalhistas, que nós, com muita força, com muita garra, queremos continuar.
Então, nós temos, sim, que lembrar, neste dia, a importância
de todos os estadistas, e não podemos esquecer Sepé Tiaraju, o nosso Prefeito,
o nosso comunista, o nosso socialista, e não podemos também esquecer homens
como Getúlio Vargas. Agora, continuamos a luta dos Partidos que se unem na
proposta de uma Frente Popular para levar este País à grande vitória, que é a
vitória daqueles que sacrificaram a sua vida toda tentando sanar a fome de
Educação, a fome de Saúde, a fome daqueles que buscam a dignidade. Por isso,
senhoras e senhores, hoje é um dia em que temos, mais uma vez, que erguer a
nossa cabeça, lembrar de Sepé e lembrar da dignidade com que o Governo Federal
está enfrentando a situação que estamos vivendo ainda, apesar de existir um
poder muito forte, que é maior, porque chega à nossa casa através da “telinha”,
muitas vezes, ou, na maioria das vezes, com a irresponsabilidade que,
infelizmente, é um retrocesso, sim, para a democracia e para o avanço dos
povos. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo da Verª
Maristela Meneghetti.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente Sebastião
Melo; colegas Vereadoras, Verª Neuza, Verª Margarete, Verª Maristela, Verª
Clênia, colegas Vereadores, queria agradecer à Verª Maristela Meneghetti pela
cedência deste tempo. Pretendo desenvolver aqui um tema que tratei durante o
recesso; trata-se do escândalo como são tratados os cidadãos de nossa Cidade,
do nosso Estado – e sei que esse é um problema nacional -, pelas empresas de
telefonia móvel e fixa. Toda vez que ligamos, porque temos um problema ou não
queremos mais... porque, afinal de contas, nos disseram, Ver. Garcia, que agora
poderíamos escolher a operadora. Pois escolhemos uma operadora, ela nos escolhe
e não nos abandona, mas não nos abandona na cobrança. Porque, para desligar um
telefone de qualquer uma das companhias – nós tivemos uma Comissão Especial
sobre isso aqui no ano passado, da qual fui relator -, o cidadão liga e é
atendido por uma pessoa que não faz a mínima idéia de onde você está, porque
ela está em um call center. Em primeiro lugar não é um call center,
é uma central telefônica, mas somos tão tupiniquins, tão barbaramente
colonizados, que começamos a usar todo esse palavreado inglês. Elas nos
escravizam porque nós não temos condições de desligar o telefone, porque passam
para um, querem saber o porquê, inventam histórias. Não bastasse que nós não
somos atendidos, ainda querem nos vender outros serviços, aí, sim, querem nos
dar compensações. E são todas, sem exceção! Ainda bem que nós temos a Anatel, e
eu faço questão de dizer isso aqui, porque muitas das agências reguladoras
criadas neste País não funcionam. Mas, aqui, no Rio Grande do Sul, toda vez que
eu precisei da Anatel eu fui atendido, pois eu não consegui pessoalmente
desligar um telefone. Mas, como eu, há centenas, porque todos os dias eu recebo
e-mails dizendo: “Eu não consegui, estou pagando há três meses”. Pois
nós queremos, e eu já fiz um pedido ao nobre Presidente da Comissão de Direitos
Humanos e Defesa do Consumidor desta Casa, Ver. Guilherme Barbosa, para que nós
tenhamos, imediatamente, uma reunião específica para tratar deste caso
lastimável das empresas de prestação de telefonia. Mas isso não ocorre apenas
com as empresas de telefonia, a mesma coisa acontece com a TV paga, porque
agora é o seguinte: a empresa que oferece o telefone, oferece banda larga e
vende a TV a cabo. Só que, por exemplo, no Centro de Porto Alegre, elas não
quiseram gastar, elas não têm banda larga para a ligação da TV a cabo, e aí
fazem conexão via satélite, só que não pega nada além de chiado, imagem
congelada e barulheira. Vendem um pacote e não entregam o pacote. Por exemplo,
no Centro há aqueles que assinam Net e não conseguem ver a TVCâmara; não
conseguem acessar o canal 6, a TV Comunitária; não conseguem acessar o canal 9;
não conseguem acessar o canal 11; não conseguem acessar, por exemplo, a Record
News. Interessante... Interessante. Vendem no pacote inclusive a Deutsche
Welle, mas nada de pegar a TV alemã; vendem a RAI, e niente, nada de
pegar a TV italiana, ou seja, é picaretagem, e picaretagem das grossas! Isso é
muito grave, gravíssimo. Nós precisamos nos rebelar contra isso, esta Câmara
não pode calar! Os meios de comunicação calam, porque, afinal de contas, quem
paga mídia, propaganda “a fusel”, com muito dinheiro, são essas empresas de
telefonia e de TV paga. Aí, rádio, jornal e TV tradicional... não dá.
Mas eu quero lembrar, também, que nos Estados
Unidos o Presidente do Senado foi derrubado por um “blogueiro”. E nós podemos,
se fizermos uma grande rede de conexões neste País para cobrar das empresas...
E nós vamos trazer a Anatel aqui, se preciso for; se a Anatel local não tiver
condições, eu quero ir à Brasília! Eu quero bater à porta dos Deputados
Federais! Eu quero me reunir com a Bancada gaúcha para saber qual é o controle
federal que existe sobre essas empresas! Nós queremos ir ao Ministro das
Comunicações, porque o povo está sendo lesado! Estão nos roubando! Estão nos
cobrando contas que nós não devemos! Você liga e é um call center, uma
central telefônica, uma pessoa com sotaque não sei de onde que diz que o
assunto não é com ela e passa a ligação para outra pessoa que, também, diz que
não é com ela! E tem mais, meu caro Secretário Cristiano Tatsch, o senhor foi
avisado, e eu vou lhe dizer: o senhor pode fazer uma grande cobrança de ISS,
porque os picaretas que vão colocar a TV a cabo na sua casa, ligar o seu
telefone, não dão nota fiscal! Por isso Porto Alegre está em crise! Por isso
Porto Alegre não tem dinheiro! Porque nós estamos nos calando para as
multinacionais da comunicação, seja do telefone celular, seja do telefone fixo,
seja da TV a cabo! Eu, neste ano de 2008, tenho certeza de que vou conversar e
quero me reunir com os Líderes das Bancadas para nós fazermos um grande
movimento. Não sou eu apenas que me queixo; são os eleitores, são os cidadãos e
as cidadãs que os senhores e as senhoras, Verª Maria Luiza, encontram pelas
ruas. Ou é diferente, Nilo Santos? Ou é diferente, Elói Guimarães, e meu caro
líder da Bancada do PTB, Dr. Goulart? Isso não é uma vergonha? Isso é um
escândalo, e eu já me referi a esse tema anteriormente. Neste ano, eu vou me
utilizar da Comissão que temos nesta Casa, a CEDECONDH, para tratar desse tema,
porque nós queremos trazer entidades. Eu já procurei o Instituto Nacional de
Repressão à Fraude, porque isso é uma fraude. Por sinal, a Verª Maria Luiza
conhece as meninas que nos ajudaram na Comissão do Ferro Velho, dos desmanches,
as Dras Gorete e Andréia. Já as procurei para que ajudem, para que
façam um trabalho conosco, para combater a fraude da TV paga, a fraude da
telefonia fixa e da telefonia móvel. Nós vamos levar adiante esse trabalho. No
ano passado, o Ver. Bernardino Vendruscolo foi Presidente dessa Comissão.
Vereador, o que nós fizemos no ano passado foi importante, mas ainda foi
totalmente insuficiente para enfrentar a telefonia fixa, a telefonia móvel e a
TV paga. Nós precisamos mudar essa situação, e nós vamos mudar esse quadro. É
lastimável, é inaceitável o que está acontecendo hoje em Porto Alegre, no
Estado e no País.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero cumprimentá-lo e me somar
confirmando aquilo que V. Exª diz, no Centro não se tem condições de pegar o
Canal 6, o Canal 16, o Canal 9, e a alegação dessa empresa é de que não é
possível em razão de no Centro a comunicação não ser a cabo e, sim, por antena,
que é uma alegação que não se justifica, até porque eles cobram como se fosse atender
da forma que atendem em outros bairros. Então, eu quero cumprimentá-lo,
confirmando as suas alegações.
O SR. ADELI SELL: Pois eu vou
fazer uma campanha cívica, de desobediência civil, para quem comprou o pacote
inteiro e não está sendo entregue: não pagaremos. E se for preciso subir o
Morro Santa Tereza para ir à frente dessa empresa de picaretagem, que oferece
um pacote e não entrega, nós subiremos o Morro Santa Tereza. Isso não é
aceitável! Vou além do que eu já fiz, de propor à Comissão criar um site,
um blog, um news letter - em português, boletim eletrônico -,
para dar conta e contra essas empresas de TV pagas, essas empresas de
telefonia.
Eu vou falar dez, vinte, trinta, cem vezes, Ver.
João Antonio Dib, porque esse também é o espaço que nós temos, pois eu pergunto
a Vossa Excelência: qual a TV que está dando espaço para isso? Claro que não
vai dar. Amanhã vão me cortar da TV tradicional, do jornal tradicional. Mas,
enquanto eu tiver voz, enquanto eu estiver nesta tribuna, enquanto eu tiver força
para subir morro, para ir para a praça pública, eu irei. Não daremos trégua à
picaretagem nesta Cidade! Aqui nós temos, por exemplo, importantes empresas que
cumprem com o seu dever e cumprem o Estatuto dos Direitos do Consumidor.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, V. Exª tem a minha
solidariedade. Ninguém pode comprar um pacote e ser embrulhado. Mas, na
verdade, eu também quero cumprimentá-lo pelo ouvido. Eu falei aqui baixinho e
V. Exª ouviu lá. Quero dizer também que ouço sempre com muita atenção o
pronunciamento de Vossa Excelência, porque é sensato, é equilibrado. Então, eu
estava dizendo ao meu amigo, Ver. Haroldo Joaquim de Souza, que eu já tinha
ouvido V. Exª falar sobre o assunto.
O SR. ADELI SELL: O problema é
que tem certas coisas no mundo que a gente tem que repetir. Esse é um caso de
repetição, e de repetição e de repetição! Eu não gosto de usar certas palavras,
como picaretagem, mas eu não encontro outra palavra no nosso léxico que
expresse melhor essa situação. Eu não posso vir aqui embelezar, dizendo que nós
estamos apenas sendo lesados; não, nós estamos sendo roubados! Eu paguei, o
povo paga, o cidadão de Porto Alegre paga para ter 20 ou 30 canais, e recebe um
terço disso. Não bastasse isso, a imagem não funciona no Centro. Não sou eu
apenas.
O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, não seria o caso de a
gente chamar os responsáveis por essas empresas para prestarem um depoimento na
Câmara Municipal? Porque pacote é pacote, não é embrulho. Quem sabe eles
aparecem para dar uma explicação aqui para a gente. Vamos ficar satisfeitos.
O SR. ADELI SELL: Fiz um pedido
ao Ver. Guilherme, Presidente da CEDECONDH, e já faço um apelo aos colegas que
compõem a Comissão, para que atendam ao nosso pedido, que não é do Adeli. Vi
todos, aqui, fazendo sinal de positivo, pois é um problema; se eu estou
indignado, é porque estou recebendo quilos de reclamações e não pode ser assim.
Porto Alegre, pelo contrário, tem uma história de preservação dos direitos do
consumidor, que não pode ser ludibriado, não pode ser sacaneado.
A Srª Maria Luiza: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço o aparte, Ver. Adeli Sell, e me
solidarizo às suas colocações e manifestações; ao final do ano também me dirigi
ao PROCON, como cidadã. Realmente, já ultrapassaram os limites, e nós, como
Parlamentares, temos que estar zelando na linha de frente, na defesa dos
direitos do consumidor. Como integrante da CEDECONDH, me somo a essa luta, e
com certeza vamos levar à frente, porque são várias as pessoas que se calam
diante do seu direito enquanto consumidor e que estão sendo lesadas. Não há
outra explicação, Ver. Adeli Sell, a não ser sacanagem mesmo.
O SR. ADELI SELL: Obrigado.
Obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião
Melo): O Ver. João Carlos Nedel solicita Licença para
Tratar de Interesses Particulares no período de 11 a 14 de fevereiro de 2008.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos às
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
queremos trazer à tribuna da Casa algumas preocupações que não dizem respeito à
nossa Casa, mas, sim, com a Assembléia Legislativa. Nós conhecemos o atual
Presidente, Deputado Alceu Moreira, ex-Vereador, ex-Prefeito, ex-Secretário, um
homem de uma carreira política brilhante. Mas estamos, Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, preocupados com algumas decisões
anunciadas pelo Presidente. Evidentemente, na Mesa da Assembléia, na direção
dos trabalhos estão os representantes de todos os Partidos, trata-se de uma
Mesa pluripartidária e o PTB tem assento na 1ª Vice-Presidência, exercida por
um ex-Vereador desta Casa, o Deputado Cassiá Carpes. Mas, a partir de
declarações publicadas há alguns dias nos jornais, nos preocupam algumas
decisões: pretende o Presidente da Assembléia, Deputado Alceu Moreira – eu não
digo terminar! –, tirar de onde se encontra a Sede simbólica do Movimento
Tradicionalista Gaúcho, que simboliza ali a Confederação Brasileira da Tradição
Gaúcha. Trata-se de um pequeno galpão crioulo, que não é local para churrasco,
evidentemente, dada a sua dimensão, mas é um símbolo no Parlamento gaúcho de
toda a história gaúcha, de todo o vigor do Movimento Tradicionalista Gaúcho,
através daquele símbolo, com aquele minigalpão. Então, o Presidente pretende
tirar dali, não sei se deve colocar em outro lugar.
Segue também anunciada a retirada do hall de
entrada, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, o Espaço do
Vereador. Muito bem, todos sabemos que os Vereadores do nosso Interior vêm à
Capital e procuram a Assembléia, porque ali estão os Deputados, e a facilidade
de comunicação com os órgãos de governo e porque os Deputados têm as suas bases
no Interior do Estado. Então ali se abriu um espaço para o Vereador, com uma
série de instrumentos e recursos, para que os nossos colegas do Interior, vindo
à Capital, tenham ali os recursos necessários para desempenhar as suas funções.
A terceira questão que trago – aí me chateei,
digamos assim – foi com a criação de um Conselho. Cria-se um Conselho na
Assembléia Legislativa, um Conselho para orientar. Seria uma tutela? Uma
Curadoria? Isso é horrível! Até faço um apelo, aqui da tribuna, ao novo
Presidente da Assembléia Legislativa, ao qual desejamos todo o êxito, já
fizemos isso pessoalmente. Ele é um homem preparado, um homem inteligente, mas
essas medidas todas e a criação do Conselho nos deixam perplexos. Ora, um
Conselho para orientar os Srs. Deputados... Afinal, é um Conselho-Curador? Eu e
o Vereador-Presidente sabemos o que isso significa. É uma Curadoria ou uma
Tutela? Tutela se faz aos menores, e Curadoria se faz àqueles que têm
dificuldades mentais. Então, quando a Assembléia sai de um espaço, Ver. Dr.
Goulart, tão difícil, esse conjunto de medidas...
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro Ver. Elói Guimarães, quero
parabenizar V. Exª pelo seu pronunciamento. O Presidente da Assembléia é um
homem íntegro e tem uma história política brilhante. Agora, V. Exª está fazendo
um pronunciamento importante, porque aquele espaço das Tradições Gaúchas é o
espaço da história do Rio Grande. Esses Vereadores que vêm do Interior são
pessoas simples, eles precisam de um espaço para ser acolhidos. Tenho certeza
de que o querido Presidente da Assembléia, por sua história política, vai rever
essas posições.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Vereador, não
vou apresentar Moção, etc, nada disso. Mas vamos fazer um apelo, por todos os
meios, no sentido de encarecer à Mesa da Assembléia Legislativa, à Direção, e,
em especial, ao seu novo Presidente que aprofundem o debate sobre essas três
questões colocadas: a retirada da sede simbólica da Confederação Brasileira de
Tradição Gaúcha, a questão do espaço do Vereador e este Conselho. Olha, este
Conselho, afinal de contas, os Srs. Deputados, os Srs. Delegados, soberanos,
vejam bem, o Parlamentar carrega a soberania, porque é escolhido pelo povo
para, no Parlamento, defender os interesses do povo, falar pelo povo. Então,
quando se coloca uma instância acima do Parlamento, deixa este em dificuldades,
inquestionavelmente.
Portanto, fica aqui a minha manifestação, que é
respeitosa, é de apelo no sentido de que o Presidente, com a sua Mesa – a Mesa
da Assembléia Legislativa – reestude, reformule, encontre uma forma para melhor
decidir sobre essas questões trazidas.
Mas haverão de dizer: “Mas a Câmara que cuide da
Câmara!” Não. Nós vivemos um momento histórico diferente. E, agora, semana que
vem, vamos discutir esse fenômeno urbano que se chama cidade. Isso é uma
questão de cidade. A cidade, hoje, exauriu-se. A cidade, hoje, é um fenômeno
político, social, cultural, envolvente.
Então, em nome dessa concepção de cidade, que
compreende, reúne todos nós, é que estou fazendo este apelo. Nós, como cidade,
como cidadãos conectados nessa grande rede de relações humanas e sociais,
estamos fazendo este apelo para que o Presidente da Assembléia Legislativa e
sua Mesa reexaminem o assunto aqui focado. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Newton Braga Rosa.
Quero saudar o Ver. Professor Garcia como o novo Líder
do Governo nesta Casa.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
público que nos assiste; hoje, no final da manhã, estive reunido com o Prefeito
José Fogaça, a seu convite. Na reunião fui convidado pelo Sr. Prefeito para
assumir a Liderança do Governo junto a este Legislativo. Quero ressaltar que
fiquei lisonjeado com o convite, e, ao mesmo tempo, sei da minha
responsabilidade. Agradeço ao Prefeito pela confiança em mim depositada e quero
parabenizar mais uma vez a Verª Clênia Maranhão que durante três anos
desempenhou essa função com maestria. Certamente, tomarei muitas lições com a
Verª Clênia Maranhão e sua equipe. Parabéns, Verª Clênia Maranhão.
Quero agradecer também ao meu Partido, PMDB, ao
nosso Líder, Ver. Haroldo de Souza; ao nosso Presidente, Sebastião Melo; ao
Ver. Dr. Raul, ao Ver. Bernardino Vendruscolo. Quero ressaltar aos Vereadores
da base aliada que procurarei sempre construir as soluções para o bom andamento
dos diversos projetos executivos, de forma harmônica, com discussão, mas
respeitando a pluralidade de idéias. Serei sempre um bom ouvinte. Aqueles que
me conhecem sabem a importância que dou para o esgotamento do diálogo na busca
das soluções. Necessito e muito do apoio dos colegas Vereadores para a visão de
cidade que o Governo Fogaça busca na construção de uma sociedade de todos e
para todos os porto-alegrenses. Aos meus colegas Vereadores de oposição
ressalto e reafirmo o meu respeito por suas posições, muitas vezes divergentes.
Mas também ressalto que, com sabedoria, aprovam e aprovaram todos os projetos
que nos seus entendimentos também eram o melhor para a Cidade. O conceito de
dualidade na busca de uma dialética se faz na construção de idéias divergentes
entre situação e oposição. Que bom que não pensamos todos de forma idêntica!
Quero manter o diálogo, mesmo com divergências, isso é bom para a sociedade.
Também quero agradecer ao Ver. Mario Fraga, que ocupou a Vice-Liderança durante
esses três anos, dizendo que foi um Vereador fiel, em todos os sentidos, ao
Governo, faço questão de ressaltar isso. Peço a Deus que continue me
iluminando, para poder transitar, de forma tranqüila e serena, entre os meus
Pares. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Professor Garcia é cumprimentado pelos
demais Vereadores.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu convido a
Vice-Presidenta, Verª Clênia Maranhão, a assumir os trabalhos, tendo em vista
um compromisso desta Presidência.
(A Verª Clênia Maranhão assume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): O Ver. Nereu
D’Avila está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Marcelo Danéris.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Presidenta, Verª Clênia Maranhão, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
o tema que trago nestes cinco minutos do período de Comunicações diz respeito à
primeira pauta, Verª Margarete, que nós teremos na nossa Comissão de Educação,
Cultura e Esportes, Ver. João Antonio Dib, na terça-feira próxima.
Vários temas eu sei que nos esperam, porque a
Cidade, durante esse primeiro mês de veraneio, foi surpreendida por manchetes
sobre redução de turmas de Educação Infantil, continuidade de redução das
turmas e aumento de número de alunos nas salas de aula na cidade de Porto
Alegre, políticas do Estado do Rio Grande do Sul. E nós sabemos que teremos
problemas enormes no início do ano em função desses temas, em função do Projeto
Vou à Escola, do transporte escolar das crianças, da garantia da escola aos
seis anos de idade para as crianças.
Mas um dos temas que vínhamos trazendo a esta
tribuna há três anos, a Verª Margarete Moraes, eu e outros Vereadores do
Partido dos Trabalhadores, é sobre a ausência, na área da Cultura, do nosso
Conselho Municipal de Cultura, o desmantelamento desse Conselho. Dizíamos, em
muitos momentos, que nós sabíamos que não é verdadeiro o compromisso com a
participação popular do Governo Fogaça; sabemos disso pelo esvaziamento das
comissões de cultura nas regiões, pelo desrespeito às instâncias e fóruns do
Orçamento Participativo, pela ausência dos Secretários nessas instâncias,
discutindo, respeitando e ouvindo a comunidade.
De fato, recebi uma comissão no final do ano,
quando assumi a presidência da Comissão de Educação, que nos solicitava, Ver.
Dib, que a primeira pauta fosse o Conselho Municipal de Cultura. Por quê? Pelo
esforço de alguns militantes na área da cultura, principalmente aqui no Centro,
mesmo há três anos o Conselho estando desativado, não sendo estimulado nem
organizado pela Prefeitura - a Verª Margarete, tenho certeza de que acompanhou
isso muito de perto -, houve todo um esforço no ano passado, uma pressão, e a
posse foi marcada, as entidades indicaram os representantes; foi marcada,
agendada e publicizada a posse dos novos membros do Conselho Municipal de
Cultura para 14 de dezembro de 2007. Ora! No dia, telefonaram para todos os
convidados, para os possíveis futuros Conselheiros e foi desmarcada, foi
cancelada a posse. O argumento da Prefeitura é de que faltavam algumas
indicações, algumas regiões não tinham indicado. Ora! Toda a expectativa
criada, toda a necessária interferência e protagonismo da sociedade nas
políticas de cultura foram mais uma vez abortados. E a Comissão de Cultura
reuniu-se, formaram uma comissão, os indicados para constituir o Conselho
Municipal de Cultura, e procuraram esta Casa porque queriam exigir a posse do
Governo. Eu listo aqui somente o título das áreas que já fizeram indicação: Artes
Cênicas, Livro e Literatura, Patrimônio Cultural, Artes Visuais, Música,
Humanidades e Carnaval. Nas Regiões Humaitá, Centro, Sul, Cristal, Leste e
Glória também indicaram, elegeram os seus representantes; quer dizer, já
teríamos uma bela representação, Ver. Dib. E o próprio Município já tinha cinco
titulares e suplentes indicados; quer dizer, não há como aceitar que o Governo
- mesmo não tendo vontade política, não tendo realizado nos últimos três anos,
mesmo diante dos fatos consumados, das entidades imobilizadas, das entidades
tirarem representantes das Regiões - não tenha instalado o Conselho. Um
Conselho que é fundamental, sempre foi fundamental, e que participava da
construção das conferências de culturas, que não aconteceram. Já deveria ter
acontecido a segunda conferência de cultura neste mandato e não aconteceu.
Portanto, a Cidade não participa da produção da política cultural.
Verª Margarete Moraes, Ver. João Antonio Dib, que
aqui estão, adianto o tema: a nossa Comissão vai receber os representantes, os
Delegados, os Conselheiros eleitos pelas suas entidades na terça-feira, e nós
esperamos que o Governo esteja aqui para se comprometer, resolver e encaminhar
mais esse tema importantíssimo da nossa Cidade. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Professor Garcia.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Clênia Maranhão; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
ao final da Sessão Legislativa do ano passado, o Regimento Interno foi
aprovado, no meu entendimento, um pouco às pressas, sem discussão. E não estou
hoje dizendo pela primeira vez, porque, na oportunidade, eu chamava a atenção
que foi dito: “Em discussão. Em votação. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. Aprovado”.
Nós verificamos que há uma dificuldade quando se
coloca a Pauta para o final da Sessão. Eu acho que a Pauta é o momento mais
importante da Sessão Ordinária, porque, na realidade, é o período em que nós
tomamos conhecimento dos Projetos que entraram na Casa. Podemos discuti-los,
podemos trocar idéias. São 30 minutos: seis Vereadores com cinco minutos cada
um. Acho que não atrapalha a Sessão de forma nenhuma; muito ao contrário: dará
oportunidade de se entrar diretamente na Ordem do Dia, pois se precisa de 19
Vereadores e, às vezes, não os teremos. Nesse caso, não haverá Ordem do Dia,
mas, na Pauta, sempre haverá no mínimo 12 Vereadores. Creio que pode ser
considerada uma modificação, sim, no Regimento Interno, tão recentemente
aprovado, para melhorar as condições de funcionamento da Casa. Acho até que não
há necessidade de três Sessões de Pauta: duas já bastariam, e nós teríamos
condições de discutir os Projetos que entram na Casa e de ter conhecimento
deles, trocando algumas idéias, porque, às vezes, no momento da discussão e
votação, as coisas se processam de forma acelerada, e não temos conhecimento
pleno dos Projetos que estão sendo discutidos e votados. Portanto, vou
consultar alguns Líderes e alguns colegas, para ver se apresentamos uma Emenda
trazendo a Pauta para o primeiro momento das Sessões de segundas, quartas e
quintas-feiras. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº
4008/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 115/07, de autoria do Ver.
Almerindo Filho, que obriga, nas maternidades e nos hospitais públicos ou
conveniados com o Sistema Único de Saúde, no Município de Porto Alegre, a
realização do exame de coagulopatia em crianças com idade entre oito meses e
dois anos e dá outras providências. Com Substitutivo nº 01.
PROC. Nº
8518/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 296/07, de autoria do Ver.
Márcio Bins Ely, que
institui a Semana Municipal de Saúde Bucal, a ser realizada anualmente, na
última semana de outubro, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos
do Município de Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC.
Nº 8565/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 297/07, de autoria do
Ver. Carlos Todeschini, que institui o dia 14 de novembro de cada ano como o
Dia Municipal da Prevenção e do Controle do Diabetes Mellitus, que passa a
integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre.
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): A Verª
Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Vou usar uma frase do Ver. João Antonio Dib, que
disse em outro contexto: “Ninguém pode comprar um pacote e ser embrulhado,
depois, por esse pacote”.
Eu queria falar na Prefeitura Porto Alegre, que
alardeia o maior investimento da década na Cidade. O meu Gabinete realizou uma
pesquisa sobre a Execução Orçamentária, e nós chegamos à conclusão de que muita
coisa que foi orçada em 2007 foi diminuída na Execução e, depois, teve empenho
zero, portanto não foi executada. Se nós compararmos com aquilo que foi
efetivamente pago em 2007, veremos que o volume de investimentos neste ano de
2008 é o mesmo de 2004, porque são anunciados 300 milhões de reais para a
Cidade - no ano passado gastaram 144 milhões -, e, ao mesmo tempo, anunciam 187
milhões. Tomara que esse dinheiro seja de fato colocado em investimento na
cidade de Porto Alegre!
Também estava lendo, em um jornal da Cidade, que
uma em quatro lâmpadas, nos bairros Floresta e Moinhos de Vento, não funciona.
Essa situação pode ser constatada em muitos bairros da Cidade, e nós
encontramos a explicação disso também na Execução Orçamentária - isto não é um
discurso. Na Execução Orçamentária, há uma Ação que diz “qualificação e
ampliação da iluminação”. Passaram o Orçamento de 16 milhões de reais para 12
milhões, mas o empenho foi zero. Então, não houve vontade política de realizar
tal empenho.
Na área da Educação, Verª Sofia, nós queremos
lamentar que estamos no quarto ano do Governo Fogaça, e nenhuma nova escola foi
construída. No nosso Governo - nós vamos comparar, sim -, nós realizamos a
média de quatro escolas por ano, a média dos 16 anos, de 1989 a 2004, quando 63
novas escolas foram construídas na nossa Cidade.
Outra questão é a restauração da Fonte Talavera.
Ela foi danificada em uma manifestação de carroceiros, em 2005. Foi prometida a
sua restauração para 2006; nós estamos em 2008, e nada da restauração da Fonte
Talavera, que fica precisamente no Marco Zero da nossa Cidade. Nós restauramos
a Fonte Talavera e levamos dois anos para que essa restauração acontecesse.
Buscamos patrocínio, junto à Maria Rita Daudt - eu lembro -, que conseguiu
pagar a metade. Mas foi feita uma pesquisa, uma pesquisa muito séria sobre
todas as etapas dessa restauração. Foi feito um caderno, que foi publicado,
editado. Agora já está pronto, já se sabe onde existem esses materiais, na
cidade Talavera, na Espanha, os ferros, os azulejos, a cerâmica. É muito mais
fácil, agora, fazer essa restauração.
Também ouvimos anúncios, em 2006, de que o Governo
instalaria câmeras de vigilância no Viaduto Otávio Rocha. Já estamos em 2008, e
não passam de promessas, de anúncios. Nós queremos essa realização.
Sobre o carnaval, muito rapidamente, quero lamentar
a falta de investimentos nas arquibancadas do Complexo Cultural do Porto Seco,
que não seguem no mesmo padrão como estava, ao contrário, parece que até
deteriorou um pouco.
Mas há algo bom. Quero cumprimentar a Liderança da
Bancada do PDT, porque o que houve de novo no carnaval foi a escolinha Esporte
Dá Samba. Eu não tinha ido nesses dois últimos anos, achava que apenas a SME
trazia as crianças e as colocava na avenida, e percebi que não; é um trabalho
muito sério que a Secretaria do Esporte tem em cada comunidade, e as
comunidades se apresentam com o nome da sua comunidade. A Associação do Campo
da Tuca e a Casa de Nazaré estavam acompanhadas pelos professores, pelos
conselheiros tutelares, pela irmã. A gente conhece aquelas comunidades e sabe
que há um trabalho. Uns se apresentaram melhor, outros não tanto, mas é um
trabalho de inclusão social muito sério. Fiquei muito emocionada por isso
existir em Porto Alegre, e apenas mostrou-se esse trabalho lá no Complexo
Cultural do Porto Seco. O trabalho já existe cotidianamente nas suas
comunidades, com o esporte, depois as crianças desfilaram lá. Acho que esse foi
o lado positivo do carnaval de Porto Alegre, foi esse trabalho do Ver. João
Bosco Vaz, atual Secretário. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Vereadora,
Clênia Maranhão, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, na discussão preliminar de Pauta, Ver. Dib, começam os debates do
Projeto que é votado ao cabo de alguns meses, e acho que nos surpreenderemos
com o Regimento, com algumas votações que fizemos, porque eram, de fato, muitas
mudanças. Mas só no momento final houve três discussões de Pauta anteriores à
votação, Ver. Dib, V. Exª lembra bem, e houve intervenção minha em duas ou três
delas, discutindo a Sessão noturna, etc. Nós podemos ter votado rápido, mas
fizemos várias discussões, fora a Comissão que funcionou, os projetos
aglutinados, etc. Acho que foi um ano de muito debate; nem todos, é claro,
prestam atenção em todos os aspectos.
Mas sobre os Projetos que começam a tramitar, os
três, coincidentemente, são voltados à Saúde; dois deles de conscientização, de
mobilização. É fato que o trabalho da Saúde é uma questão preventiva, de
orientação e de cultura. O principal protagonista dessa mudança certamente é a
educação que tem um trabalho articulado com a Cultura e com a Saúde, mas os
nossos agentes comunitários de Saúde, os Programas de Saúde da Família, são os
modelos que mais se aproximam do ideal, numa visão de saúde preventiva, numa
visão de saúde integral, porque esses grupos, essas equipes multidisciplinares
devem estar próximas do cidadão, no cotidiano de sua família, fazendo
atendimento domiciliar, fortalecidos, com bons salários, com estabilidade, com
dignidade, com política pública muito bem clara e democratizada.
E os três Vereadores que propõem aqui momentos
fortes de reflexão sobre a Saúde, como a Semana Municipal de Saúde Bucal, do
Ver. Márcio Bins Ely, ou então do Ver. Todeschini, sobre a Prevenção e Controle
do Diabetes Mellitus, o alerta, um
dia de conscientização, tenho certeza de que são Vereadores que sabem muito bem
da grave crise que a Saúde vive em Porto Alegre; crise de gestão, uma crise
muito importante de gestão. O Governo que se elegeu criticando a Saúde, da
Administração Popular, mostrando filas, é um Governo que mostrou uma
incapacidade de gestão absurda. Privatizou, terceirizou irresponsavelmente o
Programa Saúde Família, e, agora, mantém contratos temporários até o final do
ano, com os agentes comunitários de Saúde, causando insegurança, ansiedade nas
comunidades atendidas por esses agentes. Então, é um ano no qual teremos que
estar muito atentos.
Não sei, não tenho conhecimento, notícia, de que
tenha sido feita alguma triagem oftalmológica, de saúde bucal, nas escolas, um
Programa que tinha parceria com o Governo federal, e que acontecia, anualmente,
nas primeiras séries, nos primeiros anos, Ver. Dib, porque, muitas vezes, é ali
que a gente consegue identificar o problema, fazer a profilaxia, dar a
orientação, nos antecipando às situações de dano.
Quero, por fim, fazer a última observação sobre a
Saúde. Eu tive o privilégio de que o meu filho tenha passado 15 dias, numa
viagem de estudos, em Cuba, ele tem 16 anos, e voltou há pouco de lá. Ele
trouxe um filme, do Michael Moore, sobre a não-existência de sistema de Saúde
nos Estados Unidos, país que consideramos mais democrático e avançado do mundo,
lá a classe média e média alta tem a saúde toda vinculada ao seguro de saúde. E
é escandaloso, Ver. Goulart, que gosta do tema - recomendo que assista ao filme
-, é escandaloso ver o que acontece, inclusive, de mortes, de abandono, até dos
próprios agentes que trabalharam no acontecido em 11 de setembro, o abandono
dos seguros de saúde, negando tratamento, alegando de tudo.
Quer dizer, no país mais desenvolvido do mundo, se
o turista tiver o azar de adoecer, nos Estados Unidos, ele estará perdido. É
caríssimo, e até quem paga pelo seguro de saúde não tem atendimento.
Esse filme compara com a França, compara com o
Canadá, onde toda a Saúde é num sistema único e gratuito, e Cuba também, é
claro. E compara com países do Primeiro Mundo, em que os Estados Unidos são um
fiasco na Saúde. Nós não queremos chegar lá, o nosso Brasil está constituindo o
seu sistema único, e esse é o caminho, temos de fortalecê-lo para no futuro
termos uma Saúde excelente para todos, independente de salário, de condição.
Vejam só, um País de Primeiro Mundo, mas um escândalo em Saúde!
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): Obrigada,
Vereadora.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Verª Clênia
Maranhão, nossa Vice-Presidenta desta Casa, Vereadores e Vereadoras e
assistentes do Canal 16, trago para discussão o Projeto de nossa autoria que
institui o dia 14 de novembro de cada ano, como Dia Municipal da Prevenção e do
Controle do Diabetes Mellitus que
passa a integrar o Calendário Oficial de Porto Alegre. Este Projeto prevê uma
série de atividades visando à orientação da comunidade sobre a necessidade de
prevenir e controlar o Diabetes Mellitus,
como caminhadas pela prevenção e pelo controle do Diabetes Mellitus, testes de glicemia, campanhas, palestras,
debates e toda as atitudes de conscientização.
Nós temos esta como uma enfermidade, porque ela é
uma enfermidade principalmente de países avançados, de países civilizados,
dadas as mudanças de cultura, de hábitos sofridos. As estatísticas apontam, por
exemplo, que nos Estados Unidos - certamente, Dr. Goulart, o senhor que é
médico da área sabe - tem a maior concentração de portadores desta enfermidade
de Diabetes Mellitus, ou Diabete Tipo
2, devido a mudanças de hábitos alimentares menos saudáveis do que os que eram
praticados. Eu vi há pouco tempo também uma reportagem na televisão de que na
África, a partir da introdução dos aparelhos de televisão nas residências, o
índice de Diabete subiu assustadoramente, porque as pessoas pararam de se
exercitar, pararam de se movimentar, de caminhar, ficando muito mais horas em
frente aos aparelhos de televisão, assistindo às programações e tal.
Então nós
temos aqui uma enfermidade que é silenciosa, que não aparece e que é muito
séria. Inclusive eu sou portador desta enfermidade; ela não é grave se tratada,
se cuidada rigorosamente, senão ela pode causar danos sérios à saúde e grandes
prejuízos ao erário e ao sistema público, porque ela demanda tratamento e,
muitas vezes, causa invalidez, fazendo com que as pessoas fiquem dependentes da
previdência pública. Essa é uma doença que pode muito bem ser tratada; a
Diabete pode ser evitada na maioria dos casos, se forem desenvolvidos
movimentos muito simples na sociedade para prevenção, controle,
conscientização, educação para bons hábitos. Mesmo nas pessoas portadoras, a
enfermidade - devido à origem genética, origem orgânica ou devido a fatores da
modernidade como alimentação equivocada, stress, muitos outros fatores -
pode ter desdobramentos muito distintos, se encarada de modo diferente.
Por isso que
estamos instituindo aqui como sugestão e como pedido da Associação
Rio-Grandense de Apoio ao Diabético – ARAD
-, que tem sede em Porto Alegre e que pertence à Federação Nacional das
Associações e Entidades de Diabetes - Fenad -, que tem também sede em São
Paulo; e a International Diabetes Federation - IDF, cuja sede é em
Bruxelas, que organizam todo um movimento para que, no dia 14 de novembro, se
faça uma grande mobilização de conscientização para educação, para
sensibilização e para a chamada de atenção das autoridades, porque os efeitos
são grandiosos, se a doença for prevenida, se for trabalhada a conscientização,
como alimentação saudável, com exercícios regulares, com hábitos que evitem -
mesmo quando a doença chega - os efeitos, que são drásticos, como a mutilação
nas pessoas. Eu já tive, inclusive, muitos familiares que tiveram esse
problema; é muito grave porque afeta, de maneira muito contundente, a vida das
pessoas.
Então, estamos propondo,
com esse Projeto, a instituição do dia 14 de novembro como o Dia Municipal de
Prevenção e Controle do Diabetes,
para que possamos, em um efeito geral, ajudar o conjunto das pessoas da cidade
de Porto Alegre a terem a possibilidade de evitar a doença ou, pelo menos,
evitar os danos mais drásticos que a doença possa causar aos cidadãos que,
porventura, tiverem, por um motivo ou outro ou pelo destino da história, digamos
assim, a doença, a Diabete.
Então, esse é o nosso Projeto. Também saúdo os
demais proponentes deste Dia e também os três Projetos em Pauta, que versam
sobre as questões de Saúde, especialmente da saúde preventiva aqui para a nossa
Cidade. Obrigado pela tolerância, cara Presidenta Clênia Maranhão.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): Obrigada,
Vereador.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta,
Verª Clênia Maranhão; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, disse a Verª
Sofia Cavedon que a Pauta no dia de hoje trata da Saúde. É verdade, mas eu sou
daqueles que acredita que leis não resolvem os problemas, principalmente quando
elas não são aplicadas. Se as leis resolvessem o problema, todos os brasileiros
seriam mais ou menos saudáveis, porque a maior Lei do Brasil, que é a sua
Constituição, diz que saúde é direito de todos e dever do Estado. O Estado, no
caso, não é o Estado do Rio Grande do Sul; o Estado é a União, e nós vemos
aqui, com insatisfação, que, no ano de 2002, o Presidente Fernando Henrique
destinou a Porto Alegre 307 milhões de reais para a Saúde. Assumiu, em 2003, o
Presidente Lula, e apenas em 2007 os 307 milhões foram ultrapassados, foram 326
milhões de reais, mas, se nós corrigíssemos os 307 milhões, nós precisaríamos
de muito mais dinheiro, e é por isso que a Saúde em Porto Alegre também vai
mal.
Mas o Ver. Almerindo Filho quer obrigar, nas
maternidades e os hospitais públicos ou conveniados com o Sistema Único de
Saúde, a realização de exame de coagulopatia. Ele diz que é uma doença rara, e
esse exame deve ser realizado em crianças entre oito meses de idade e dois
anos. Ele diz que é uma doença rara, mas, como eu disse, não sei se os
problemas se resolvem fazendo leis, mas a Procuradoria da Casa diz que a
matéria está inserida em âmbito local, não havendo óbice à sua tramitação, com
ressalva de que descabe a este Legislativo criar comissão organizadora para o
evento, previsto no art. 2º do Projeto, a ser realizado pelo Município, com
composição majoritária de iniciativa privada nos termos do art. 94, inc. IV,
que são as competências do Prefeito. Então, nós não podemos fazer. Uma parte do
Projeto do Ver. Almerindo não pode ser levada a cabo, mas, de qualquer forma, o
Projeto vai ser discutido, e é por isso que eu disse que é importante o momento
da Pauta.
O Ver. Márcio Bins Ely institui a Semana Municipal
da Saúde Bucal, a ser realizada, anualmente, na última semana de outubro, que passa
a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre. A
Procuradoria da Casa também coloca objeções ao mesmo, e eu não vou me preocupar
muito. É de ressalvar que “o art. 1º da Proposição, por implicar imposição de
obrigação entre entidades privadas e públicas dos diversos entes da Federação,
é inconstitucional, é ilegal e inorgânico.” Eu disse que não resolve o
problema de fazer leis para tratar da Saúde. E esse Projeto do Ver. Márcio Bins
Ely pretende instituir a Semana Municipal de Saúde Bucal. Eu acho que nós
precisamos de medidas. Eu me considero muito feliz, porque eu já fiz a minha
parte neste caso da Saúde Bucal em Porto Alegre. Há dois anos, eu recebi
cumprimentos de parte do atual Diretor da Faculdade de Odontologia, porque, casualmente,
no mês de outubro, no qual o Ver. Márcio Bins Ely pretende que se faça a Semana
de Prevenção, em outubro de 1975, eu era Diretor do DMAE e fiz com que as águas
servidas à população de Porto Alegre recebessem flúor, silicato de sódio;
portanto foram fluoretadas. E me disse o Diretor da Faculdade de
Odontologia que uma equipe de odontólogos e cientistas suecos estiveram em
Porto Alegre, num período de 10 anos de diferença, e notaram a grande melhoria
de dentição das crianças das nossas vilas. Portanto, a minha parte eu fiz. Acho
que nós precisamos tomar medidas, resolver problemas, e não apenas fazer o dia
desta ou daquela prevenção.
O Sr. Dr. Goulart: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Excelência, eu acho muito importante a
gente fazer uma semana de consciência de Saúde Bucal no chamado “país dos
desdentados”. Mas uma das coisas que nós vamos pedir para o Ver. Márcio Bins
Ely é que, nesse dia, ele consiga divulgar onde a população faz a sua
prevenção, onde é que a população pode consultar para fazer um banho de flúor
ou até para fazer a correção de uma cárie. Onde? Onde?
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: É, isso
realmente dá razão para aquilo que eu disse: leis, apenas leis, não nos dão
saúde, porque, se dessem, a Constituição asseguraria saúde a todos os
brasileiros, quando diz que é dever do Estado e direito do cidadão. Mas, de
qualquer forma, é sempre bom lembrar que é preciso cuidar dos dentes,
infelizmente nem todos fizeram isso; alguns, por falta de recursos; outros, por
falta de orientação, e se fizermos uma semana de orientação talvez nós
consigamos ajudar um pouquinho mais. Mas, como eu disse, a minha parte eu fiz e
fui ajudado pelo então Secretário de Saúde do Estado, Dr. Jair Soares, já que o
DMAE, na época, não tinha dinheiro, e ele forneceu 120 toneladas de flúor
silicato de sódio, para que nós adicionássemos na água, até que pudéssemos, com
recursos próprios, comprar o flúor silicato, que continua sendo aplicado e
controlado até o dia de hoje.
O Ver. Todeschini pretende criar um Dia Municipal
da Prevenção e do Controle do Diabetes
Mellitus. O Diabetes realmente é
uma doença silenciosa, como ele bem colocou, e que traz muitos danos, tem
pessoas perdendo membros, especialmente os membros inferiores, pessoas cegas,
pessoas com imensas dificuldades porque não foram conscientizadas da
necessidade de, eventualmente, fazer um exame. Mas, como diria o Ver. Dr.
Goulart, onde fazer o exame? Saber o grau de glicose de cada uma das pessoas é
muito importante. Eu fico contente, porque o meu é abaixo de 100, eu não tenho
problema. De qualquer forma, Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Srª
Presidenta, Verª Clênia Maranhão; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
é um motivo de alegria para mim vir aqui falar da nossa Governadora Yeda. A
Governadora Yeda, meus amigos, para quem sabe, está a 404 dias no governo, Ver.
Newton. E mais ainda, ela está fazendo a Av. Baltazar fluir. Era segunda-feira,
véspera de feriado, e eu contei, da ponta da Av. Baltazar, que começa lá na
Alvorada, até o Triângulo, 148 funcionários trabalhando. É uma demonstração de
que ela está preocupada e está mandando trabalhar.
Alguém tem que chegar aqui e dizer que viu os
funcionários trabalhando. Dizer que tem meia dúzia de “gatos-pingados” lá na
Avenida não é verdade. Eram 148 funcionários, na véspera do feriado!
E eu mesmo fui um grande crítico da Governadora
Yeda, aqui. Aí, eu vejo aquele trabalho impressionante que a Governadora vem
fazendo, apesar das dificuldades por que passa o Governo e o Rio Grande para se
manter, e a obra está a todo vapor.
Podem ter certeza absoluta de que os comerciantes da Av. Baltazar estão
muito satisfeitos, porque estão vendo o trabalho acontecer. Não foi ela que
começou essa obra, isso já vem lá de trás. E quanta gente quebrou. Tem gente
que não tem mais nem endereço, porque a firma fechou, e teve que ir para outro
local. Finalmente, aparece esta Governadora que está preocupada com o comércio.
E ela merece elogios, porque ninguém queria fazer nada. O Governador Rigotto
deixou paradinha aquela obra lá. E o atual Presidente da Assembléia, Alceu
Moreira, era o Secretário na época. Por que é que ele não fez? E vem criticar.
Ele foi o culpado. Quem é culpado tem que assumir o erro. Se ele não pôde
fazer, ele não pode criticar. E eu quero dizer isso a ele: o senhor deixou os
comerciantes parados lá. Agora, sim, a Governadora Yeda prometeu e, desde
agosto, quando as obras começaram, não parou. E muita gente estava torcendo
para que parassem. Teve gente que fazia campanha dizendo que as obras iam
parar. Eu não sei por que é que torcem ao contrário; nós temos que torcer é
pelo bem da Cidade, pelo bem da comunidade, pelo bem das pessoas que andam
circulando. A gente não pode só pensar na gente. O Ver. Dib sabe o quanto a Av.
Baltazar é importante para a Cidade, para a localidade, para o Município
vizinho, Alvorada, o quanto flui o trânsito: mais de 400 mil carros passam ali,
por dia. O senhor foi o homem que duplicou a Av. Baltazar, Ver. Dib - eu não
canso de dizer isso -, o senhor, que foi Prefeito por 999 dias.
Pois bem, quero, para concluir, dizer que gostei muito do carnaval e da
presença do nosso Prefeito, que esteve lá permanentemente, desde a abertura, e
mais ainda, ver a Verª Neuza, que saiu na Império da Zona Norte, ser campeã do
carnaval. Estou preocupado com o pequeno comércio, porque sei a dificuldade que
o pequeno empresário passa para dar emprego; as pessoas que têm um pequeno
comércio não sabem mais o que fazer.
Estou dando parabéns à Governadora Yeda e quero dizer que sempre aqui
terá alguém para defendê-la.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): Obrigada, Ver. Brasinha.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma
Presidenta, Verª Clênia Maranhão; nobres colegas Vereadores e Vereadoras,
inaugurando a tribuna nesta última volta da nossa gestão, no último ano, venho
como não poderia deixar de vir... Não gostaria de vir com esta indignação pelas
notícias que são quase diárias de falta de ética, da imoralidade do Poder
Público que está acontecendo no nosso País. Vi muitos discursos e colocações,
inclusive falando sobre o Detran no Governo Yeda/Feijó. Quero esclarecer que o
Partido Democratas não tem um cargo no Detran, nenhum CC, nenhum estagiário.
Examinando a nossa Segurança Pública deste País, e olha gente, analisando nesse
mês que passamos, eu acho que não adianta colocar um brigadiano em cada
esquina, colocar os agentes de segurança correndo atrás de bandido, se não
mudarmos essa lei no que se refere à impunidade existente em nosso País. Essa
impunidade que não custa dinheiro para acabarmos com ela, e ninguém faz nada
para acabá-la. E acho que há vontade política de resolvermos esse problema, da
impunidade, que está a comandar esses últimos anos no nosso País.
A Amazônia, todas às vezes que entramos em debate,
sempre dizíamos que a Ministra Marina Silva estava perdendo a batalha ecológica
da Amazônia. Notícias vinham e diziam que não, mas tínhamos certeza e sempre
afirmávamos, até que, de repente, o Lula conseguiu enxergar alguma coisa e
também chegou ao consenso do maior desmatamento da história da Amazônia no ano
de 2007. Irrecuperável! Está escrito nas revistas, e o Presidente da República
querendo culpar o agronegócio. Os madeireiros não, porque eles precisam de
licença federal para poder desmatar a Amazônia. Que contra-senso! Quem está
desmatando a Amazônia são aquelas serras nas árvores centenárias.
E, para concluir, este cartão de crédito
corporativo.
Que País é este, gente? Fazem do dinheiro arrecado
de impostos do povo brasileiro um verdadeiro escárnio! Comprar tapioca, comprar
coisas em farmácia, em benefício próprio?! Segredo de Estado?! O único segredo
de Estado que vejo neste País é não poder revelar os gastos do Poder Público!
São segredo de Estado os gastos do Poder Público?! Da família do Presidente?! O
povo não pode saber, e, quando o povo fica sabendo, há uma indignação! A
primeira providência que surgiu quando houve o vazamento das notícias – nós
sabíamos que isso estava ocorrendo – foi a distribuição dos cargos no
Ministério de Minas e Energia para ver se conseguem contornar a CPI. É um
toma-lá-dá-cá.
Gente, agora ouço aqui falar que estão batendo
palmas, que o Governo se antecipou e ele mesmo quer a CPI desse cartão de
crédito corporativo. E sabemos o porquê. Por dois motivos: um, que não teria
como trancar essa CPI, e o segundo é tentar tomar conta da relatoria da
Presidência, para que não se possa investigar a fundo essa barbaridade que
estão fazendo com a consciência do pagador de impostos deste País. Nós, do
Democratas - tenho afirmado - estamos éticos. Queira Deus que continuemos
éticos. Não podemos concordar com esse tipo de coisa que está acontecendo e
estamos trazendo aqui. Tenho certeza de que a alma brasileira está
entristecida, e cada vez mais há escândalos e mais escândalos, CPI das ONGs,
esse negócio de não precisar prestar conta, não fazer concorrência com o
dinheiro público, essa farra com o dinheiro da DRU –Desvinculação de Recursos
da União - também, é a farra que está institucionalizada dentro do nosso País,
neste Governo que aí está!
Meus amigos, gostaria de vir aqui, no início desta
nova Legislatura, sorrindo, trazendo notícias boas. O que nos adianta o
desenvolvimento se não tiver dentro da decência, dentro de uma ética? Do jeito
que vai, esse desenvolvimento também questionável, os índices estão diminuindo.
Eu acredito que Deus é brasileiro e esta terra é rica e maravilhosa, só falta a
nós, povo brasileiro, termos a consciência de ser merecedores desta Pátria tão
linda e acabarmos de vez com essa corrupção que está incrustada neste atual
Governo. Muito obrigado, Srª Presidenta e Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): O Ver. Newton
Braga Rosa está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Srª
Presidenta, eu gostaria de usar esta tribuna para fazer uma breve prestação de
contas da atividade que eu desenvolvi junto com os colegas aqui da Câmara de
Vereadores e com a ajuda inestimável do nosso decano, Dr. Dib, que eu tenho a
honra de compartilhar a mesma mesa. Deu-me muita satisfação a aprovação de um
Projeto que viabilizou o não-pagamento de IPTU pelos proprietários rurais do
Município de Porto Alegre. O assunto era controverso e antigo, porque, desde
1999, foi declarado que Porto Alegre não tinha mais área rural. Os
proprietários que antes pagavam ITR de repente começaram a receber um carnê de
IPTU que, em alguns casos, Ver. Dr. Goulart, chegava a ser vinte vezes maior do
que o ITR que era cobrado anteriormente. Aí se criou a figura da caixa de
sapato. Não pagavam, mas não botavam o carnê fora. Houve várias reivindicações
judiciais, e a Prefeitura de Porto Alegre perdeu todas que chegaram a termo, de
forma que, em 2007, foi com satisfação que, junto com o Ver. Ervino Besson,
apresentamos o Projeto que viabilizou, finalmente, o não-pagamento de IPTU
pelos nossos proprietários rurais.
O segundo Projeto que me deu muita satisfação foi
uma redução tributária para serviços de engenharia e consultoria. Ele foi
aprovado neste Plenário nos últimos dias do ano passado. Por que este Projeto?
Nós já viemos de uma experiência exitosa de reduzir a alíquota para o setor de
informática e ter um aumento de arrecadação. A alíquota reduziu em 60%; a
arrecadação aumentou 7%. A área de engenharia e consultoria é muito parecida
com a informática, é um engenheiro trabalhando atrás de um computador, prestando
serviços no Brasil inteiro. Talvez não seja de conhecimento de todos, mas a
BR-101 que está sendo duplicada no trecho João Pessoa-Salvador foi projetada e
está sendo supervisionada por uma empresa gaúcha de engenharia. Portanto, nós
acreditamos que a redução do imposto para essas empresas vai dar mais
competitividade à nossa empresa de engenharia e de consultoria, sediada em
Porto Alegre, para disputar obras no Brasil inteiro. E, desta vez, a concessão
foi feita com parcimônia; as empresas vão ter de mostrar até outubro deste ano
que, com alíquota menor, elas estão arrecadando mais. Se isso, efetivamente,
estiver acontecendo, aí, sim, a Prefeitura vai prorrogar por prazo
indeterminado o benefício. Caso contrário, corta.
Outro Projeto que eu acho que merece destaque nesta
prestação de contas que estou deixando aos colegas Vereadores foi o Parque
Empresarial Tecnológico. Na frente do Aeroporto de Porto Alegre está sendo
feito um aterro, onde haverá um parque empresarial orientado à alta tecnologia.
É uma área nobre que, mais tarde, vai permitir que parte dos insumos que chegam
ao nosso Aeroporto sejam beneficiados dentro da própria área industrial, sem a
burocracia de importação de insumos e depois exportação de produtos. Aquilo ali
vai ser anexado, entre aspas, ao Aeroporto, de modo a funcionar como distrito
de exportação.
Também foi encaminhado a esta Casa um Projeto
criando a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia, porque muitos projetos
da Finep e do CNPq exigem que o Município tenha formalmente constituída uma
Secretaria nesses moldes, sob pena de Porto Alegre continuar ficando de fora de
recursos federais importantes que precisam da constituição jurídica de uma
Secretaria para serem repassados. Conseguimos também 153 mil reais numa
experiência para a formação de programadores em escolas municipais.
Eu vou aproveitar a atenção da nossa ex-Presidenta,
Ver. Maria Celeste, para lembrar uma Emenda que me deu muita alegria, que foi a
Emenda n.º 09, em que nós estávamos debatendo o Conselho Tutelar e procurávamos
aumentar a exigência de qualificação do Conselho. Havia uma disputa, havia uma
discussão, e a nobre Vereadora me deu oportunidade, depois de ter circulado
entre as partes litigantes, de, finalmente, achar uma Emenda de consenso, e eu
tive a oportunidade de apresentá-la tendo V. Exª como primeira autora. Muito
obrigado por aquela oportunidade, eu acho que aquela Emenda ajudou no meu
currículo nessa rápida passagem que nós tivemos no ano de 2007. Gostaria de
lembrar algumas ocasiões de homenagens em que nós procuramos selecionar muito
bem as entidades que seriam premiadas. Tivemos a oportunidade de homenagear
aqui os 80 anos da Federasul, com a Casa cheia; idem com relação aos 70 anos da
FIERGS; e a concessão de título de Cidadão de Porto Alegre ao Reitor da PUC,
Irmão Joaquim Clotet, pelo magnífico trabalho que ele realizou no TecnoPuc e no
Museu de Ciências da nossa Universidade Católica de Porto Alegre.
Para encerrar, Srª Presidenta, gostaria de lembrar
três campanhas on-line. Na realidade foram 15 campanhas divididas em
três eixos. Nós procuramos monitorar, sistematicamente, a existência de
recursos não-reembolsáveis junto às entidades financiadoras. E, tão logo nós
detectávamos um, passávamos essa informação imediatamente ao setor empresarial.
Vários Projetos foram apresentados como decorrência de um trabalho simples
realizado no âmbito desta Câmara, de divulgação da existência de recursos para
a área de ciência e tecnologia.
Existem outros itens, mas eu encerro neste
instante, agradecendo pela oportunidade de convívio que tivemos aqui, no ano de
2007, e espero, nos próximos meses, continuar realizando um trabalho que dê
satisfação a mim e que obtenha o reconhecimento dos meus Pares. Muito obrigado
pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): Muito
obrigada, Vereador.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Clênia
Maranhão; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu
estou terminando a leitura de um livro que foi uma das grandes estrelas da
Feira do Livro, que é o “1808”, sobre a vinda da Família Real Portuguesa para o
Brasil, numa fuga do ataque que Napoleão empreendia a Portugal. O livro é
alguma coisa magnífica, porque nos dá a idéia do que representou a chegada da
Família Real, tanto lá na Bahia como no Rio de Janeiro. O que nós vimos é que
começou aí um novo Brasil, a partir de 1808. Mas o livro também deixa bem claro
que a maioria daqueles nobres portugueses que vieram para cá não vieram para
colonizar o País, não vieram aqui para fazer com que o nosso País, com que
aquelas pessoas que estavam aqui pudessem se sentir bem. Eles vieram para cá
para fugir, é claro, de Napoleão Bonaparte e também para se locupletar. E esse
espírito de levar vantagem que essa corte portuguesa trouxe para o País parece
que passou - Ver. Margarete, V. Exª que é da área de Cultura - através dos
tempos e acabou impregnando o espírito de todos aqueles que são descendentes de
portugueses. E eu sou descendente de portugueses, por isso falo isso com muita
tranqüilidade. É por isso que eu acredito que todos nós devemos fazer o nosso mea-culpa
e também fazer uma análise do que nós estamos fazendo hoje para nos livrar dos
males que os nossos antepassados nos transmitiram. Mas é por isso que eu
acredito que os homens e mulheres que governam o País, que governam os Estados,
que governam os Municípios, ainda, infelizmente, Ver. Dr. Raul, têm aqueles
vícios que foram trazidos por aqueles nobres portugueses. O cartão corporativo
é alguma coisa que traz para nós, infelizmente, a idéia de que as pessoas que
governam o País – e eu não estou falando de um Partido político, de uma pessoa,
estou falando, inclusive, de todas as pessoas que cometem esses equívocos e
esses erros – ainda têm aquelas idéias trazidas pelos nobres portugueses: levar
vantagem própria, tentar trazer o máximo para si mesmo sem ver, realmente,
aquilo que pode fazer em beneficio de toda a Nação.
Eu
fiquei contente, Verª Margarete, quando vi que a CPI está sendo pedida não
apenas para um período, mas para outros períodos também. Eu acho que tem que
ser assim, eu acredito que aquela pregação que ouvi muitas vezes de que tal
grupo é nobre, que não comete erros, que não peca, que está acima do bem e do
mal, aquele discurso, realmente, só atrapalhou o progresso da nossa sociedade.
O discurso correto é exatamente fazer com que tudo possa ser analisado sob a
luz daquilo que é melhor para o conjunto de toda a sociedade, independentemente
de que Partido pertencem as pessoas que estão cometendo erros. Nós temos que
fazer não uma caça às bruxas, mas uma correção desses erros que estão sendo
cometidos e que servem apenas para infelicitar a maioria dos brasileiros. A
maioria dos brasileiros ainda não tem um horizonte a ser vislumbrado, tem
problemas de alimentação, tem problemas de moradia, tem problemas de Educação,
e assim não vamos conseguir construir um novo Brasil, assim apenas vamos ver
discursos de pessoas demagogas que apenas querem se aproveitar da riqueza que
possui este nosso País para fazer com que os seus não tenham mais problemas
pelas gerações futuras.
Então,
“1808” eu acho que é um livro que merece ser lido porque nos traz uma grande
lição. Os nossos governantes, boa parte deles, ainda conservam aquele espírito
da corte portuguesa que veio para o Brasil: “tudo para nós, e nada para o
conjunto da sociedade”.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): Obrigada,
Vereador. O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
(Pausa.) Desiste.
A Verª Maria Celeste está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. MARIA CELESTE: Srª
Presidenta, Verª Clênia Maranhão; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
nós temos três Projetos em discussão de Pauta que dão conta exatamente de uma
discussão candente na cidade de Porto Alegre no que diz respeito à Saúde
pública. São três Projetos, de autoria dos Vereadores Almerindo Filho, Márcio
Bins Ely e Carlos Todeschini, que trazem temáticas da saúde diferenciadas, nem
por isso menos importante uma do que a outra; todas extremamente importantes,
Ver. Dr. Goulart.
O primeiro Projeto exige a realização do exame da
coagulopatia em crianças com idade entre oito meses e dois anos, na cidade de
Porto Alegre. Importante a prevenção nessa área, sobretudo para aquelas
crianças que poderiam e que podem ter mantida a sua saúde, a sua vida, através
de um simples exame.
O segundo Projeto, do Ver. Márcio Bins Ely,
institui a Semana Municipal de Saúde Bucal. Eu tenho uma dúvida que eu dividia
com a Verª Maristela: esse Projeto, me parece, já foi ponto de discussão e,
inclusive, de aprovação nesta Casa, a criação de uma Semana que discutisse a
questão da Saúde Bucal na cidade de Porto Alegre. Nós sabemos da importância
desse Projeto, entendemos, louvamos a iniciativa do Vereador, mas eu tenho a
impressão de que nós já discutimos e inclusive aprovamos um Projeto desse teor,
ou parecido com esse. Então, nós temos que tomar um pouco de cuidado para não
sobrepor leis.
E o último Projeto, do Ver. Carlos Todeschini, traz
a prevenção e o controle do Diabetes,
tão importante para a cidade de Porto Alegre, o tratamento preventivo, a
definição de um diagnóstico que esta doença nos traz.
O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento da oradora.) Agradeço pelo aparte. Não poderia deixar de vir,
neste momento, para me somar a esses Projetos da área da Saúde de tanta
relevância para a nossa Cidade e dizer que, enquanto na Presidência da Comissão
de Saúde e Meio Ambiente, no ano passado, tivemos inclusive uma reunião, onde
estiveram todas as lideranças da Odontologia, no sentido de querer a Semana,
para que isso realmente acontecesse. Eu e o Ver. Márcio conversamos sobre isso
e chegamos à conclusão de que valeria a pena apresentar já, em outubro, porque
dia 25 é Dia do Cirurgião Dentista, somando-se, por exemplo, a uma grande
reivindicação da parte principalmente da Odontologia e ao Programa de Saúde da
Família, onde temos 84 equipes, e apenas oito equipes de Odontologia dentro
desse Programa.
Finalizando, quero dizer da grande necessidade e
importância dessa visualização do Diabetes, para que tenhamos realmente
ações fortes, propositivas que possam fazer com que a população seja melhor
atendida nessa área de tanta dificuldade e descontrole. Obrigado.
Quero dizer também da preocupação que se tem... e o
Ver. João Antonio Dib colocava que a Saúde só não está melhor em Porto Alegre
porque não existem recursos federais aportados a Porto Alegre. Quero discordar,
Vereador, porque nós aqui recebemos todos os dias informações, ofícios do
Ministério da Saúde dando conta de um volume muito grande de verbas e recursos
para a cidade de Porto Alegre na área da Saúde, diferente do Governo do Estado,
que deve para Porto Alegre e que até agora sequer repassou algum recurso para a
área da Saúde.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Maria Celeste, V. Exª sabe do
respeito que eu lhe tributo. Realmente, eu leio, todos os dias, os valores
encaminhados pelo Ministério da Saúde para Porto Alegre, e o somatório dá valor
menor do que o de 2002 - apenas isso! E a dívida do Estado vem do Governador
Olívio Dutra.
A SRA. MARIA CELESTE: Ver. João
Antonio Dib, eu também tenho o maior carinho e respeito para com V. Exª e quero
lhe dizer que as dívidas, de fato, vêm ao longo da história, mas em algum
momento alguém tem que começar a pagar essa conta. O Governo do Estado, há
muito tempo, não faz isso na área da Saúde, diferente do Governo Federal, que
faz repasses, não só esses que vêm via ofício para a Câmara Municipal, mas
sobretudo aqueles que se disputam por projetos, o que a Secretaria da Saúde,
infelizmente, de uma forma bastante incompetente na cidade de Porto Alegre,
acabou não fazendo em 2007, perdendo projetos importantes como o da Farmácia
Popular, como o do QualiSUS. Por quê? Simplesmente porque não encaminhava
projetos dessa matéria determinante para o Ministério da Saúde, disputando com
outras cidades. Precisamos, sim, de uma Secretaria da Saúde que seja mais
operacional, no sentido de estar disputando projetos do Governo Federal para
que os recursos venham para Porto Alegre. E que se acabe com esse
“chove-não-molha”, digamos assim, na questão da Saúde, quando há tanto recurso
aportado para a cidade de Porto Alegre.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, na linha de
raciocínio de V. Exª, sabemos que desde 2005 há dinheiro federal do Projeto
QualiSUS, que é para hospital e posto de saúde; para o Pronto Socorro, mais de
nove milhões de reais. O Secretário Pedro Gus só conseguiu trazer cerca de um
milhão. Dinheiro disponível por falta de capacidade de construir um projeto!
Obrigado.
A SRA. MARIA CELESTE: Exatamente,
Ver. Guilherme Barbosa, e é nessa linha que eu quero continuar. Nós tivemos,
por exemplo, uma saída, dentro daqueles projetos que nós realizamos no ano
passado: estivemos no Pronto Socorro e fomos informados de que projetos de
emendas parlamentares dos nossos Deputados Federais para o Pronto Socorro
também não haviam sido encaminhados, que, por isso, Porto Alegre tinha perdido
verbas inclusive do Congresso Nacional no que diz respeito às Emendas,
exatamente porque não haviam sido feitos projetos da Secretaria de Saúde para o
Governo Federal no sentido de disponibilizar recursos para Porto Alegre.
Lamentavelmente, a Saúde, que poderia estar bem melhor, está um caos, porque
não são aplicados devidamente os recursos aportados na cidade de Porto Alegre
nessa área. Muito obrigada, Srª Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
quero retomar o que, no momento de Grande Expediente, estava dialogando com a
nossa Cidade e também com V. Exas, os Vereadores e Vereadoras, em
relação à história de Sepé Tiaraju. Quero retomar o assunto baseada na fala do
que o Ver. Luiz Braz também refletiu aqui com a sociedade de Porto Alegre e os
nobres Vereadores.
Na verdade, na fala do Ver. Luiz Braz - com todo
respeito, mas é o meu ponto de vista -, ele tenta passar a impressão de uma
filosofia do senso comum, como se as pessoas não tivessem lado. Como se os
portugueses, nobre historiador e sempre Ver. Zé Valdir, com as suas guerras,
aqueles que vieram para cá, fossem apenas o que eles chamam de os bandidos, as
prostitutas, os presos, como se também não fosse um poder imperioso que havia
lá e que não viessem para cá para saquear uma população que já existia aqui e
que tinha outra visão, uma visão do partilhar, de cuidar da terra, da nobreza,
do compartilhar. Esse espírito – e não é nada contra o povo português, ao
contrário, tenho nobres amigos portugueses e de todas as etnias e de todas as
nações, não é disso que se trata – é de lado. O bom da fala do Ver. Luiz Braz é
que ele demonstra o lado em que ele está. Isso não é ruim para a democracia. É
bom, porque as pessoas identificam que aqui é a Casa do Povo. As pessoas fazem
parte de projetos, e todos sabem que eu tenho, desde que nasci, uma concepção
socialista, assim como o Ver. Luiz Braz é de uma concepção neoliberal, ligado
aos tucanos, ligado ao projeto do FHC, ligado àqueles que venderam a Vale do
Rio Doce, àqueles que privatizaram a alma deste País, àqueles que dão
continuidade à política terrorista de Bush. Aí vêm comparar, tentar vulgarizar
a filosofia, vulgarizar aquilo que é científico e histórico; o que se tem de ruim
vem desde a época dos portugueses e agora se instaurou na República Federativa
do País, neste Governo. E o que ele não coloca da pobreza, da filosofia dita, é
que na instalação, na tomada deste País, o que dói em nós, brasileiros
republicanos, e que temos ponto de vista filosófico, sim, é essa pobreza de
tentar fazer acreditar que o povo todo parte do pressuposto de que todos nós,
porque votamos no Presidente Lula, somos o que a imprensa e alguns segmentos
tentam passar.
Vereador Haroldo de Souza, V. Exª me conhece um
pouco e sabe das minhas concepções, jamais aceitei e vou aceitar aquilo que
possa, dentro de um projeto, dizer que é a verdade e continuar nos iludirmos em
relação a esse fato. Sou rebelde por natureza em relação a esse caso e tenho
orgulho disso. Agora, também, nós não vamos reduzir aquilo que a população
brasileira conquistou e ajudou a construir, que é a conquista da democracia,
colocando, junto ao Governo Federal, um operário, um homem sério, honrado, que
instituiu, no Poder Federal, a forma que está o site Transparência,
justamente para a população poder, sim, fiscalizar aquilo que está errado. E
aí, Ver. Dib, V. Exª tem toda razão, instituir é um ato não apenas de
inteligência, mas de nobreza, de dignidade, porque, na verdade, se houvesse
algo comprometedor, talvez as manobras da política pudessem ter sido outras, o
que eu ia sentir muito, o que eu ia lamentar muito, mas não foi desse jeito;
deu-se justamente para demonstrar que o Projeto político, ora em percurso neste
País, tem raízes e tem responsabilidade política, e que se houve algum erro
administrativo de impropriedade, do dinheiro público, de botar a mão, tem, sim,
de ser colocado no lugar onde deve estar.
E se foi instituído no Governo FHC, e assim vai ser
fiscalizado, desde a sua origem, se ele foi concebido, ele não tinha sido
instituído, porque o cartão, e a forma que está hoje, para que todos possam
acessar, foi no Governo Lula. E todos que chegaram lá sabiam disso.
Portanto, aqueles que têm algum ônus, alguma forma
equivocada, ou de má-fé, serão punidos. Então, pelo que nós sabemos de uma
história anterior ao nosso governo, se preparem, porque sabemos que há muita
coisa errada, e que essas coisas erradas terão a mesma forma, a mesma punição.
E aí vamos ver se essa imprensa marrom, que tenta destituir um governo
democrático, colocado pelo voto popular, vai ter a mesma postura, mesmo porque
eles não estão lá, eles não fizeram isso quando estavam, se terão a mesma
postura na divulgação dos fatos.
É o que nós esperamos, tanto para eles, quanto para
qualquer um dos nossos que estão na base de sustentação.
É dessa forma que nós queremos o tratamento
político, é dessa forma que nós queremos que a população nos enxergue, e é
dessa forma que o Brasil merece um governo, merece um povo que tem se
construído na dignidade, gritando quando necessário, e não na pobreza da
filosofia, como foi colocado aqui, como se todos nós fossemos aqueles
portugueses que o Ver. Luiz Braz tentou nos colocar, de uma forma, no senso
comum, vulgar. Não cabe, de fato, trazermos dessa forma, porque não enriquece
em nada, não traduz em nada, não ajuda na democracia e nas relações políticas
do nosso País e da nossa Casa. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): Não há mais
inscritos para Liderança.
Solicito a abertura do painel eletrônico. (Pausa.)
(Após a abertura do painel eletrônico.) Dezessete Vereadores presentes.
Portanto, não há quórum para entrarmos na Ordem do Dia.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h15min.)
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